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Pai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangueComo beber dessa bebida amargaTragar a dor, engolir a labutaMesmo calada a boca, resta o peitoSilêncio na cidade não se escutaDe que me vale ser filho da santaMelhor seria ser filho da outraOutra realidade menos mortaTanta mentira, tanta força brutaComo é difícil acordar caladoSe na calada da noite eu me danoQuero lançar um grito desumanoQue é uma maneira de ser escutadoEsse silêncio todo me atordoaAtordoado eu permaneço atentoNa arquibancada pra a qualquer momentoVer emergir o monstro da lagoaDe muito gorda a porca já não andaDe muito usada a faca já não cortaComo é difícil, pai, abrir a portaEssa palavra presa na gargantaEsse pileque homérico no mundoDe que adianta ter boa vontadeMesmo calado o peito, resta a cucaDos bêbados do centro da cidadeTalvez o mundo não seja pequenoNem seja a vida um fato consumadoQuero inventar o meu próprio pecadoQuero morrer do meu próprio venenoQuero perder de vez tua cabeçaMinha cabeça perder teu juízoQuero cheirar fumaça de óleo dieselMe embriagar até que alguém me esqueça
ABAIXO MAIS UM MOMENTO DO JANTAR DA ABB COM AS GLOBAIS!!!!!!
terça-feira, 27 de novembro de 2007
CÁLICE 1973
Postado por abb associaçao do bar do beti às terça-feira, novembro 27, 2007
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