O que acontece no Bar do Beti, fica no Bar do Beti !

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

IVÃO O ETERNO COXA-BRANCA !!!



Ivo, do Blindagem:

Coxa de coração


Colaborou o fiel torcedor Coxa-Branca Ademir Gomes Jr.


Um dos mais respeitados músicos paranaenses, o vocalista da banda Blindagem, Ivo Rodrigues, é dono de muita simpatia não só no cenário musical, mas também no cenário esportivo, em especial junto ao torcedor Coxa.
O músico concorreu entre os melhores da música paranaense em 2009 no
blog Sobretudo, dum jornal curitibano e o Ivo aparece como sugestão de melhor cantor e ganhou votos da galera Coxa-Branca que estava apoiando o músico curitibano. Recentemente, Ivo foi destacado na “Acordes Locais” como um dos destaques da música paranaense no último ano.
Tido por muitos fãs como um dos lendários representantes do Rock curitibano, e no dia 17 de dezembro, no Stuart Bar, foi fotografado com a camisa do Coritiba, enquanto fazia uma apresentação durante o happy hour da audiência.
Por e-mail, Ivo gentilmente concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog A Torcida que nunca abandona, falando um pouco do cenário musical, das suas origens coritibanas e do que espera pro futuro do Verdão.
Carismático, Ivo é dono de uma diversão que lhe rende muitos fãs no meio musical e cultural da cidade. E seguindo o alto astral do músico, e o alto astral da vitória Coxa de goleada sobre o Rio Branco, confira a entrevista:
Fale um pouco sobre a história da banda e seus projetos atuais
A história da banda começou há 32 anos. Um grupo de amigos, eles mais jovens que eu e o Paulinho, que viemos d’A Chave (a antiga Chave), que acabou em 1976. Em 1980 nós nos encontramos. Já existia antes o “Movimento Parado”, era um grupo que já estava o Alberto, o Paulo Juk.. e eu estava n’A Chave.
Quando nós resolvemos parar com “A Chave” eu trouxe o Paulinho Teixeira comigo e daí nós montamos o Blindagem que é este Blindagem que está aí até hoje. Tinha um outro baterista antes que morreu por excesso de drogas e tudo mais… Nós estamos com o Pato que é nosso irmão, e somos amigos, já virou família. Há 32 anos juntos, nunca mudou ninguém.
É uma satisfação muito grande sempre tocar junto, é um prazer. A gente quebra o pau também, estamos sempre junto gravando, fazendo shows. Pra mim é uma satisfação muito grande pertencer ao Blindagem.
Os fãs de música e do futebol reclamam duma falta de identidade local mais forte, seja no cenário musical, seja no cenário do futebol, em comparação com os cenários do eixo Rio-São Paulo. Eles pedem mais espaço, mais divulgação, mais trabalhos. O que poderia ser feito para fortalecer a cultura e o esporte curitibano?
Quanto ao espaço realmente falta em Curitiba mais espaços, uma mentalidade mais acessível dos curitibanos, dos caras que organizam shows. Isto realmente estamos em falta desde que o “Deep Purple” vinha cantar aqui e deu aquele problema… Veio gente do Brasil inteiro pra assistir o show e de repente foi proibido. Pegou muito mal pra Curitiba no mundo inteiro.
Uma banda do peso do “Deep Purple” vir pra cá e não poder fazer o seu show em Curitiba. A partir daí Curitiba foi meio cortada do cenário, na cena mundial do rock, dos grandes grupos que vinham pra cá e que participavam. Agora o que pode ser feito, acho que uma das coisas que podem ser feitas é liberar novamente a Pedreira Paulo Leminski.
Eu junto com o Blindagem inauguramos aquela Pedreira, que é um espaço incrível, um espaço muito bonito, muito sonoro, onde as pessoas que curtem rock’n’roll, que curtem blues, podem se reunir pra curtir música, pra ficar numa boa, à vontade, é um lugar muito legal. Não só rock e blues, foram feitos vários tipos de shows, vários tipos de música. É um espaço muito legal que nós estamos deixando de usar.
… e com relação ao esporte?
Quanto ao esporte eu não posso dizer que sou um atleta porque realmente me falta muito pra isso, (risos) mas eu posso dizer que sou fã de esporte. Eu gosto de ver essa gurizada correndo, participando…
Como surgiu seu vínculo com o Coritiba? Quais expectativas você tem para o Coxa no ano de 2010?
E sou fã do Coritiba desde menino. Meu pai era Coxa, meu avô era Coxa e eu também sou Coxa-Branca e boto muita fé no Coxa, apesar de estar passando por este período entre nuvens e trovoadas, mas acredito que é facilmente superável e novamente o Coritiba estará brilhando no cenário brasileiro do futebol. Eu tenho muita fé!
Eu tenho certeza que essa gurizada nova que está vindo do Junior, isso aí é o sangue novo que nós precisamos. Não adianta contratar medalhão pra ficar tirando grana do Coxa.
Nós precisamos é investir nos nossos jovens, na gurizada que joga no Junior, pra chegar lá e mostrar todo o trabalho que tem, todo o potencial; pra que eles se revelem, pra que surjam, que eles se criem e mostrem seu trabalho que pode ser desenvolvido num time como o Coritiba. Eu boto muita fé!
Um grupo de torcedores está promovendo uma ação para gravar um vídeo com torcedores do Coritiba declarando seu amor pelo Coxa, numa corrente positiva para fortalecer o carinho da torcida pelo time de coração. Qual sua opinião sobre isto?
Eu acho muito legal, acho ótimo isso aí e tem mais, eu quero participar deste vídeo, quero mostrar a minha cara lá e dizer pra todo mundo que eu sou coxa branca, quero ter o privilégio de participar disso aí, pode crer!
Ivo, manda uma mensagem de ano novo pra galera Coxa-Branca!Muita fé! Muita fé e muita saúde pra todo mundo! Feliz Páscoa!!! (risos)
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Ivo seguindo. Caminhando, se espalhando...

Na primeira vez que nos encontramos, ele tomou todas as cervejas que lhe couberam na barriga grande e desajeitada. Com aquele cabelo em cima dos olhos e um ar de tristeza que todo o poeta deve ter consigo. Da última vez que nos encontramos, me recordo que ele disse: “Me acompanha numa sem álcool?” e eu respondi que meu estágio era outro, beberia junto, mas a minha era benzida.
Uma voz disfarçada de gente. É assim que todos tratam o maior ícone musical do Paraná. O “Ivão”, para quem teve o privilégio de conhecer esse homem, que na madrugada de sexta feira deixou somente os ecos de sua potente e incomparável voz entre seus admiradores. Ivo Rodrigues Jr. era gaúcho, mas viveu no Paraná desde muito jovem. Parceiro de Paulo Leminski em suas composições e vocalista da banda Blindagem.
Ivo sofria de câncer, isso foi o que causou sua morte. Porém, há pouco tempo atrás, sofrera um transplante de fígado. Era um homem de excessos. Viveu uma “vida gozada”, nas palavras de Vasco Rossi. O álcool o acompanhou por muitos anos. Possuía amigos dos quais jamais esquecia mesmo quando há muito tempo não os via. Cantou o amor com a coragem e a agressividade de sua voz, nada comparável ao coração frágil que pulsava em seu peito. Chorava quando doente, por sua família que sofria.
Este homem, que cantou o nosso estado em suas canções, deixa em seu legado desde gravações vindas de Milionário e José Rico, até shows únicos e especiais com a Orquestra Sinfônica do Paraná. Esteve no palco com músicos de nossa cidade, até Renato Russo, Lobão e Caetano Veloso, nos velhos tempos do Penny Lane em Curitiba. Ivo Rodrigues segue vivo em nós, que o admiramos e assim cantou sua partida: “E vou seguindo caminhando, me espalhando, tirando poeira do meu coração. Eu vou, eu vou, sem olhar pra trás. Eu quero ir embora antes de parar”.

By Michael Caldato

Um comentário:

Rodrigo Mello Campos disse...

É um dos maiores nomes do rock paranaense, sme dúvida...